domingo, 22 de maio de 2011

Ortodontia na antiguidade

O assunto de hoje é sobre a ortodontia e como ela era praticada antigamente.




Tentativas para corrigir irregularidades dentárias remontam épocas de 1.000 anos a.C. Aparelhos ortodônticos primitivos foram encontrados em escavações gregas e etruscas. Relatos romanos datados de 25 a.C.diziam que os dentes podiam ser movimentados pela pressão digital: “Caso um segundo dente estivesse irrompendo em uma criança antes que o primeiro tivesse esfoliado, o que deveria ser feito era extrair e empurrar diariamente o novo dente com o dedo até que ele alcançace sua posição correta”.

Durante a idade média a Odontologia entrou num período de acentuado declínio, assim como todas as demais ciências. No início do século XVIII, a França era o país mais adiantado no campo da Odontologia, o que se deveu, em grande parte, aos esforços de Pierre Fauchard,que além de ser o autor do primeiro livro voltado para o dentista, apresentou um aparelho denominado "bandeau", que consistia em uma tira de metal flexionada em forma de arco e perfurada em locais adequados. Os dentes mal posicionados eram movimentados através da ação de fios de fibra, que passavam ao redor de suas coroas e através das perfurações.




Quando se amarrava o fio sob pressão, aplicava-se a força sobre os dentes, conseguindo-se apenas o movimento de inclinação. Foi o primeiro arco expansor introduzido na Ortodontia, mas na prática, como não apresentava estabilidade, não havia maneira de mantê-lo corretamente em posição no arco dentário.

Naquela época, a principal finalidade do tratamento era o alinhamento dos dentes anteriores, principalmente os da maxila. Os métodos empregados por Fauchard incluíam luxação e “reposicionamento” de dentes em má posição. Esses princípios pouco evoluíram até meados do século seguinte.







Em 1841, o vocábulo 'orthodontosie" havia sido cunhado pelo francês Joachim Lefoulon para designar o tratamento das deformidades congênitas e acidentais da boca. Em 1849, o termo foi modificado para orthodontia (do Grego: orto = reto; e dons = dente), por Chapin Harris.




Harris, publicou pela primeira vez em 1839 e reeditou por 74 anos, alcançando a incrível marca de 30 edições o livro "The dental art: a practical treatise on dental surgery". Nesta obra, ele já preconizava conceitos básicos da Ortodontia atual, tais como a extração de dentes permanentes para a correção dos apinhamentos dentários severos, como também a necessidade de remoção da causa das irregularidades, a fim de que a estabilidade do tratamento pudesse ser alcançada.



O francês J. M. Alexis Schangé inventou a banda ortodôntica ajustável com parafuso, que passou a ser utilizada em substituição às coroas metálicas. Em 1861, C. R. Coffin preconizou o uso do fio flexível, feito de cordas de piano, na Ortodontia. Ainda que houvesse sido concebido para ser utilizado em aparelhos removíveis, o fio com memória elástica viria a ser, literalmente, a mola propulsora que permitiria o pleno desenvolvimento da Ortodontia fixa.

Em 1871, com o advento do cimento odontológico, introduzido por William E. Magill, a prática ortodôntica seria radicalmente modificada. Em 1879, Norman W. Kingsley desenvolveu a tração occipital, introduzindo definitivamente a força extrabucal aplicada sobre o arco superior. Embora E. G. Tucker tenha descrito o uso de borrachas elásticas em 1846, a nova invenção não se tornou importante até que Henry A. Baker a utilizou para obter força intermaxilar e corrigir protrusões. A partir de então, este método passou a ser conhecido como Baker anchorage.

Nessa época, surgiu um nome que influenciaria profundamente o desenvolvimento da Ortodontia nos Estados Unidos e no mundo. Edward Hartley Angle que no final de 1878, começou se interessar pela correção da má posição dos dentes.



Após ter chefiado departamentos em várias escolas dentárias, ele estava frustrado por não conseguir separar a Ortodontia das outras disciplinas do currículo, até que finalmente estabeleceu o primeiro departamento de Ortodontia dentro de uma universidade, o Marion Sims Dental College, em 1897, na cidade de Saint Louis, para onde havia se mudado em 1895. Mais tarde, chegaria à conclusão de que seria mais efetivo lecionar para pequenos e seletos grupos de alunos em sua clínica particular.

Em 1887 ele apresentou um artigo intitulado Irregularities of the teeth durante o IX Congresso Médico Internacional. Este artigo foi considerado a primeira edição do seu livro-texto, o qual teve sete edições, cada qual apresentando um título diferente, sendo a última publicada em 1907 (Treatment of malocclusion of the teeth).


Até então, era necessário desenhar e fabricar um aparelho para cada paciente. Porém, no final do século XIX os ortodontistas já podiam contar com fio, bandas, cimento e solda. Angle, então, projetou uma aparelhagem padrão, composta por uma coleção de peças pré-fabricadas (Angle System), que podiam ser montadas em várias combinações.

Em poucos anos ele padronizou sua aparelhagem num sistema composto por um arco pesado soldado à face vestibular das bandas dos primeiros molares, capaz de executar a expansão do arco dentário até conseguir um alinhamento satisfatório. Desenvolveu várias versões deste aparelho, que denominou arco E. Como os arcos dentários eram expandidos em todas as direções, os aparelhos de contenção tinham que ser usados pelo paciente durante muito tempo, pois, quando removidos, diferentes graus de recidiva ocorriam.

Sua classificação para as más oclusões, publicada em 1899, continua sendo a mais utilizada e amplamente aceita até os dias de hoje. Baseada na relação dos primeiros molares inferiores com a maxila, possibilitou que, pela primeira vez, as más oclusões fossem metodicamente caracterizadas, sendo sua aceitação universal a maior prova de sua simplicidade e praticidade.


Angle organizou a Ortodontia como a primeira especialidade no âmbito da Odontologia, o que ocorreu em junho de 1900, durante o encerramento da primeira sessão da Angle School of Orthodontia. Ele foi eleito o primeiro presidente da Society of Orthodontists, logo modificada para American Society of Orthodontists (ASO) e, em 1935, para American Association of Orthodontists (AAO). O segundo artigo dos regulamentos dessa entidade caracterizava a ciência da Ortodontia como a primeira especialidade odontológica a se organizar. Deixou um legado de 40 invenções, 43 patentes e 60 trabalhos publicados, construído até 1930.


Talvez seu aluno mais brilhante tenha sido Charles H. Tweed, pós-graduado pela Angle School of Orthodontia em 1928. Angle, então com 73 anos e pela primeira vez, não estava à frente do curso, que foi ministrado de forma improvisada por George Hahn. Tweed estava com 33 anos. Angle ficou desapontado pelo modo como o aparelho Edgewise foi recebido e estava insatisfeito com as modificações que foram introduzidas por alguns de seus alunos. Decidiu escrever um artigo descrevendo a aparelhagem. Como Tweed havia recém terminado o curso, e Angle admirava sua habilidade, convidou-o para ajudá-lo. Em 1929 o Estado do Arizona limitou a prática da Ortodontia aos especialistas e Tweed recebeu o primeiro certificado.



Angle morreu no dia 11 de agosto de 1930, aos 75 anos de idade, e Tweed herdou sua firme convicção de que o ortodontista nunca deveria extrair dentes. Essa convicção perdurou por aproximadamente mais 5 anos, pois, ao praticar a filosofia não-extracionista de Angle, observou que havia alcançado sucesso em apenas 20% dos pacientes.

No Brasil, o mercado de serviços ortodônticos surgiu por volta de 1950, com a chegada dos primeiros ortodontistas brasileiros formados nos Estados Unidos. Nas primeiras décadas, havia uma escassez natural de profissionais o que encarecia o produto. Isso, e o fato de grande parte da população desconhecer esse tratamento odontológico, dificultando a popularidade. No entanto, com o crescimento da quantidade de profissionais e com a divulgação das características, das opções e dos benefícios, o número de pessoas interessadas cresceu. Chegando ao patamar que temos hoje em dia, uma das melhores ortodontias do mundo, porque além de excelentes profissionais podemos contar com o nosso famoso jeitinho brasileiro.

A ortodontia evoluiu tanto, que hoje possuimos um modelo para cada caso, uma cor para cada gosto,  um tipo de ortodontia específica para cada paciente.

Ainda não vi no Brasil, mas ja podemos contar com ortodontias bastantes estéticas: como as linguais e as transparentes, sem falar nas inovadora placas em acrilico, prém o sistema está sob estudos clínicos desde 1997 e une o plano de tratamento do ortodontista com a mais nova tecnologia gráfica em 3D. O procedimento é feito através de um estudo realizado pelo ortodontista, onde ele avalia o caso e calcula o movimento que os dentes devem sofrer ao longo do tratamento indo da posição atual até a posição ideal pretendida e com a ajuda de um programa de computador em 3D são confeccionados vários moldes transparentes, denominados alinhadores, que devem ser utilizados constantemente. O paciente só retira para comer, beber e fazer a higiene oral. Conforme o tratamento ortodôntico vai progredindo, o paciente troca de alinhador.

A ortodontia linguail é muito famosa nos EUA, foi idealizada por Craven Kurz e hoje é amplamente usada pelos artistas que não podem passar pelo "constrangimento" de aparecerem em público com um aparelho convencional.




Uma versão mais nova e estética do bom e velho aparelho fixo é o transparente, muito utilizado por adolescentes que gostam de "tunar" deixando eles bem coloridos, virando moda em muitos colégios, não é dificíl ver um adolescente triste porque não precisa, mas todo mundo usa, ai quer um tambem,e o pior, é que existem os pais que incentivam a "brincadeira".



Eu só sei dizer que a ortodontia melhorou muito desde seus primórdios até hoje, e agradeço a Deus, por viver em mundo mais moderno, onde o melhor da tecnologia pode ser usado a nosso favor...                                    

Nenhum comentário:

Postar um comentário